sábado, 8 de dezembro de 2012

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Acordei no mesmo horário de sempre, lembras-te? Peguei no meu telemóvel e comecei a escrever uma mensagem, então lembrei-me que não precisava mais. Dei alguns passos até à casa de banho, olhei-me no espelho e vi como os meus olhos estavam inchados. Lembras-te quando eu sorria quando acordava? Lavei a cara e fui para a cozinha, abri o frigorifico, mas nada me agradava. Sempre gostei de comer, lembras-te? Peguei na garrafa de água e bebi toda, voltei para o meu quarto e vesti umas calças de ganga, a minha sweat  e os meus vans, lembras-te quando me vestia assim para jogarmos à bola? Peguei na minha mochila e desci a rua até à paragem do autocarro a ouvir a nossa música, aquela que eu ouvia e tu nem sabias que pensava em ti quando a ouvia, então não posso perguntar se te lembras.. Entrei no autocarro e estava a caminho da escola. Encostei a cabeça na janela, fechei os olhos, como se isso escondesse as minhas lágrimas, engoli o choro muitas vezes, mas a minha cara de zombie continuava na mesma. Agora sei como a minha mochila pesa, talvez o peso seja dentro de mim também, porque estou quase caída no chão. Passo por ti várias vezes e nem me olhas, depois dizes que me queres ver feliz. Fugi da escola, apanhei o primeiro autocarro e parti para onde ele me levasse. Queria fugir da realidade de viver sem ti. Voltei para a escola, com coragem de te falar, mas comecei a chorar e não o consegui fazer. Lembras-te quando era forte? Lembras-te de quando me elogiavas? Não vejo mais nada de positivo em mim. Assim se foram os meus dias uteis, ou serão inúteis? Enfim, cheguei a casa, enfiei-me no quarto, e mais uma vez, chorei, chorei por sentir a tua falta. Lembras-te quando passávamos dias a olhar para o computador a fazer as nossas parvoíces. Lembras-te de  mim, lembras-te de nós?

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